Cicatrização é o nome dado ao processo de reparo, o qual se faz à custa da proliferação do tecido conjuntivo fibroso, em que o tecido preexistente fica substituído por cicatriz fibrosa ao invés de restaurar um tecido.
O processo de cicatrização ocorre em quatro fases importantes:
1. Hemostasia
2. Inflamação
3. Proliferação
4. Remodelamento
As formas de cicatrização podem ser por:
- Primeira intenção: ferimentos com margens opostas
- Segunda intenção: ferimentos com margens separadas
-Terceira intenção: caso uma ferida não tenha sido suturada inicialmente ou as suras se romperam e a ferida tem que ser novamente suturada.
Um queloide é um caso especial de cicatriz. São lesões fibroelásticas, avermelhadas, escuras, rosadas e as vezes brilhantes, com formato de corcova. Podem ocorrer na cicatrização de qualquer lesão da pele e até mesmo espontaneamente. Geralmente crescem, e apesar de inofensivas, não contagiosas e indolores, as lesões podem se tornar um problema estético importante. Queloides são formados dentro dos tecidos. O colágeno, que é usado no tratamento de feridas tende a deixar a área da cicatriz muito maior, muitas vezes produzindo uma protuberância maior do que a cicatriz original.
Mecanismos celulares e moleculares deletérios no reparo de tecidos:
Feridas crônicas não reparam por manter o estado inflamatório crônico, liberando citocinas pró-inflamatórias em um ambiente hostil rico em proteases e radicais livres. Atividade proteolítica aumentada resulta em degradação dos fatores de crescimento e proteínas estruturais necessárias ao reparo. O nível de EROs aumentada danifica a Mec, e contribui para a expressão de MMps, componentes bacterianos impedem o reparo interferindo na interação célula-MEc ou promovendo inflamação. OBS:Tecidos lesados podem ser reparados, porém, quando há invasão bacteriana, pode evoluir para ferida crônica. Se algum processo patológico ou invasãomicrobiana interromper o reparo, há a formação de úlcera. Processos patológicos- insuficiência venosa, diabetes melitus, oclusão arterial, alta pressão externa que resultam em hipóxia. Formaçãode biofilmes com ampla variedade de polissacarídeos. Os biofilmes protegem os microorganismos de ação de leucócitos e macrófagos, bem como de antibióticos.
O principal pigmento biliar é a bilirrubina(Bb), produto final do catabolismo da fração heme da hemoglobina e de outras hemoproteínas. O aumento acentuado dos níveis sanguíneos da Bb não-conjugada, particulamente em recém-nascidos, pode causar lesão cerebral irreversível, morte e, nos casos de sobrevida, sequelas neurológicas permanentes: Distúbios associados ao aumento da produção de Bb ou a defeito hepático na remoção do pigmento da circulação resultam na elevação de seu nível no sangue(hiperbilirrubinemia) e em um sinal clínico muito importante, a icterícia.
Recém-nascidos com icterícia são tratados com luz colorida para diminuir os níveis de bilirrubina, o pigmento amarelo da bile que causa o problema.
Pigmentações Endógenas: Resultam,em geral,de hiperprodução e acúmulo de pigmentos sintetizados no próprio organismo.Podendo ser derivadas da hemoglobina,ou pigmentos hemoglobínicos ,pela melanina,pelo ácido homocgentísico e Lipofuscina.
Pigmentações Exógenas: São pigmentos diversos penetram no organismo juntamente com o ar inspirado e com os alimentos delutidos,ou são introduzidos por via parenteral,como ocorre com as injeções e tatuagens.
É o processo de formação e/ou acúmulo, normal ou patológico, de pigmentos no organismo. Pigmentação patológica pode representar o resultado de alterações bioquímicas pronunciadas, e o acúmulo ou a redução de certos pigmentos é um dos aspectos mais marcantes em várias doenças. Grande número de pigmentos origina-se de substâncias sintetizadas pelo próprio organismo: são os pigmentos endógenos. Outros, denominados pigmentos exógenos, são formados no exterior e, por via respiratória, digestiva ou parenteral, penetram, e depositam-se em diversos órgãos.
Quando o sistema que mantém a homeostase celular entra em declínio,inicia-se o processo de envelhecimento, ocorrendo envelhecimento da codificação do DNA, tereioração progressiva na síntese de proteínas e também de outras macromoléculas. Várias teorias tentam explicar as causas do envelhecimento, como a teoria genética, telomérica, imunológica do envelhecimento e também da ação dos radicais livres. Os radicais livres atuam no processo de envelhecimento, pois atingem direta e constantemente células e tecidos, que possuem ação acumulativa. Se, no organismo, ocorre um desequilíbrio entre os agentes oxidantes e pró-oxidantes, ocorre um acúmulo de radicais livres, levando a célula à morte. O envelhecimento é um processo deteriorativo progressivo e irreversível, havendo uma grande probabilidade de morte seja não só de uma célula, como do tecido, do órgão ou até mesmo de um indivíduo.
Calcificação Distrófica: É encontrada em áreas de necrose, seja ela de coagulação, caseosa ou de liquefação, e em focos de necrose gordurosa enzimática. Apresentam estágios avançados de celulares irreversíveis. Dificultam ainda mais a função da área onde é depositada esses sais de cálcio. O processo tem duas fases principais: o início(ou nucleação) e a proliferação; ambas podem ocorrer tanto intracelular quanto extracelular.
Nesse fragmento de parótida (o parênquima glandular está indicado pela letra A), observamos em detalhe um ducto (D) exibindo pontos de calcificação distrófica (setas), provavelmente partes constitutivas de um futuro cálculo. Acompanhando esses pontos, observamos focos de hemorragia, indicativos de que o estroma da glândula sofreu agressões pela presença das calcificações.
Calcificação Metastática: Ocorre em tecidos normais sempre que houver hipercalcemia. Isso se dá devido à remoção de cálcio dos ossos, comum em situações de inflamações ósseas, imobilidade, hiperparatireoidismo, hipervitaminose D ou dieta excessivamente rica desse íon. O aumento dos níveis do íon faz com que ele combine com o fosfato e precipite nos tecidos que entram em contato com as altas concentrações calcêmicas. Pode ocorrer em todo o corpo, mas afeta principalmente os tecidos intersticiais da mucosa gástrica, rins, pulmões, artérias sistêmicas e veias pulmonares.
Visão superior da válvula aórtica fechada em um coração com estenose aórtica calcificada.
É uma deposição anormal de sais de cálcio, juntamente com pequenas quantidades de ferro, magnésio e outros sais minerais nos tecidos, em locais onde não é comum a sua deposição. Em outras palavras, a calcificação patológica é assim definida por se localizar fora do tecido ósseo ou dental. Podem ser intracelular, extracelular ou estar em ambos os locais. Ou seja, a calcificação consiste na deposição de fosfato de cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita, precedida por um aumento de volume e morte das células.
Apoptose (Morte celular programada) é um tipo de "autodestruição celular" que requer energia e síntese protéica para a sua execução. Está relacionado com a homeostase na regulação fisiológica do tamanho dos tecidos, exercendo um papel oposto ao da mitose. Não existe liberação do conteúdo celular para o interstício e portanto não se observa inflamação ao redor da célula morta. Outro fato importante é a fragmentação internucleossômica do DNA, sem nenhuma especificidade de seqüência, porém mais intensamente na cromatina em configuração aberta; conseqüência da atividade de uma endonuclease.
Necrose (morte celular no organismo vivo) difere da apoptose por representar um fenômeno degenerativo irreversível, causado por um agressão intensa. Trata-se pois da degradação progressiva das estruturas celulares sempre que existam agressões ambientais severas. Aumento de volume do citoplasma, perda das estruturas de superfície, edema mitocondrial, ruptura de organelas, vesiculações da membrana. É sempre patológica.
Lesão reversível: Se manifesta por meio de alterações funcionais e morfológicas que são reversíveis se o estímulo nocivo for retirado. As características da lesão reversível incluem a redução da fosforilação oxidativa, redução na quantidade de adenosina trifosfato(ATP) e edema celular causado por alterações na concentração de íons e influxo de água.
Lesão irreversível: Com a progressão do dano, a lesão se torna irreversível e a célula, então, não tem mais como se recuperar. Invariavelmente sofrem alterações morfológicas que são reconhecidas como morte celular.
Princípios: 1) A resposta celular depende do tipo da agressão, sua duração e sua intensidade 2) As conseqüências da agressão à célula dependem do tipo celular, estado e adaptabilidade da célulaagredida. 3) As lesões celulares causam alterações bioquímicas e funcionais em um ou mais componentes celulares. a) respiração aeróbia b) membranas celulares c) síntese protéica d) citoesqueleto e) aparato genético da célula
Mecanismos: 1 - Depleção do ATP 2 - Lesão mitocondrial 3 - Influxo de cálcio para o citosol e perda da homeostase do cálcio 4 - Acúmulo de radicais livres do oxigênio 5 - Defeitos na permeabilidade das membranas
A lesão é caracterizada por uma alteração ou deformidade tecidual diferente do estado normal do tecido, que pode atingir vários níveis de tecidos, assim como os mais variados tipos de células. As lesões ocorrem em função de um desequilíbrio fisiológico ou mecânico, por trauma direto ou indireto, por uso excessivo de um determinado gesto motor, ou até por gestual motor realizado de forma incorreta.
Um exemplo bem claro e frequente de lesão: as acnes (famosas espinhas).
Todas as doenças têm causa (ou causas) que age(m) por determinados mecanismos, os quais produzem alterações morfológicas e/ou moleculares nos tecidos, que resultam em alterações funcionais no organismo ou em parte dele, produzindo manifestações subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais). A Patologia cuida dos aspectos de Etiologia (estudo das causas), Patogênese (estudo dos mecanismos), Anatomia Patológica (estudo das alterações morfológicas dos tecidos que, em conjunto, recebem o nome de lesões) e Fisiopatologia (estudo das alterações funcionais dos órgãos e sistemas afetados).
O termo Patologia significa estudo das doenças (do gr. pathos = doenças, sofrimento, e logos = estudo, doutrina). No entanto, é preciso considerar que o conceito de Patologia não abrange todos os aspectos das doenças, que são muito numerosos. De modo prático, a Patologia pode ser entendida como as ciência que estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, os locais onde ocorrem e a alterações morfológicas e funcionais que apresentam.